Mais Espanha
Há a Espanha quente como Salamanca, a quentíssima bem Andaluza e há a Espanha do Norte cheia de verde e brumas. Com o calor que por aí está, apetece mais continuar com as cores térreas de Salamanca em dia de sol.
Uma das (muitas) belezas de Salamanca é o Palácio Salinas, com o seu Pátio renascentista cheio de referências à história - ou à lenda - do seu fundador, Alfonso Fonseca II, Arcebispo de Santiago e Patriarca de Alexandria.
Diz a lenda que sua amada, uma belíssima viúva, terá sido desprezada pela corte e por certa nobreza Salamantinas quando de uma visita da Corte a Salamanca. Para demonstrar o seu poder e escarnecer dos que tinham humilhado sua dama, mandou construir este belíssimo palácio. No pátio de entrada, as consolas que suportam um balcão de ferro forjado têm, cada uma, a figura de um homem nu, com rostos semelhantes aos Grandes da Corte e aos Dignitários do Clero. Sobre as cabeças, e enlaçando-os com pés em gancho, esculpiu o artista, por orientação do Bispo, figuras monstruosas, simbolizando o Orgulho, a Luxúria e a Gula, que revelavam o demónio secreto que em cada um habitava. Escarnecia assim o Bispo daqueles que maltrataram a bela dama que, diz a lenda, o acompanhava.
A história parece não ser bem coincidente com a Lenda sendo, porém, um facto que o Palácio Salinas deve o seu nome por albergar no seu pátio os depósitos de sal que abasteciam a cidade.
“Sal de piedra en la panera separada y sal de água en distintas paneras del alfoli”
Algum deste sal viria, certamente das salinas de Añana, de que em breve falarei.