quarta-feira, agosto 17, 2005

Brasil - Chapada Diamantina: Trilha do Capão

Na Chapada Diamantina há trilhos de encanto infinito. (Há também links infindos. Um bom mapa dos locais de que falo está aqui.

Um bom exemplo é o Trilho do Capão. Para o fazer há que passar pela cidade de Palmeiras. Foi município importante, agora é cidade parada no tempo. Daí parte estradão de terra em direcção a Conceição dos Gatos, onde a passagem de um grupo numeroso de caminhantes de diversas idades, para o “maduro” desperta alguma curiosidade, sempre tímida.
Dona França e o seu marido deixam-se fotografar, de bom grado, à porta e à janela da sua casa.

A trilha segue quase sempre em planalto onde se chega depois de subida difícil e pedregosa, penosa pois o calor aperta.



No meio de coisa nenhuma, os encontros com os muleteiros, directamente saídos de novela histórica. São a versão local dos antigos almocreves que, em mulas ou simples burritos, transportam pelo serrado, os gerais ou o sertão, as mais variadas coisas.


Muita da caminhada faz-se entre o Morrão, bem imponente, e a vista impressionante do sistema de morros do Pai Inácio.

Vegetação com arbustos floridos, com o aparecimento ocasional de orquídeas e da Sempre Viva, planta que foi endémica e está em vias de extinção pela sua procura para “arranjos decorativos”.





Por todo o lado, os ninhos de cupim, no chão, nas árvores vivas ou secas, parecendo enormes melancias amarelas e de casca alvéolada.

Parte do caminho era impressionante, mas houve trechos entre vegetação alta e chão esburacado que não dava para mais do que ver onde se punham os pés. O programa terminou com a subida ao Morro do Pai Inácio, que encerra lendas ... que depois se contarão.


sexta-feira, agosto 12, 2005

Hoje falamos de árvores


Vem a propósito falar de árvores, verdes e frondosas. Antes que ardam.
No Vale do Alto Mondego, em particular nalgumas das belas “Quintas” do Vale, há uma colecção de árvores notável. Algumas são comuns, outras são-no agora mas eram raridades num passado não muito distante. Há:


Eucalipto (Eucalyptus Globulus)



Magnólia (Magnólia grandiflora, L.)


Castanheiros da Índia (Aesculus hipocastanum)



Mas há também as árvores comuns e nem por isso menos belas.

Choupos (Populos Canescens)


Tílias frondosas (Tilia tomentosa L.)





Os castanheiros em flor (Castanea sativa L.)


E -um pouco deslocado- o Sobreiro - (Quercus Suber L.)



Pouco a pouco tenho tentado coleccionar fotografias nas diferentes estações do ano, procurar identificar as espécies ou pelo menos o género, identificando nomes comuns e latinos.
Esta é uma amostra das árvores em plena força do ciclo vegetativo, ainda em Junho, antes da força abrasadora do Verão.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Um site notável

Para quem gosta de coisas realmente bem feitas, de ver imagens belíssimas e de aprender com gosto, dê um salto a este site:

http://www.ancientchina.co.uk/menu.html

Tem um perigo...fica-se por lá muito tempo

quarta-feira, agosto 10, 2005

Fire Fire!

Este é o nome duma “children’s rime”, que lembra o grande fogo de Londres e os seus perigos. Quem já andou por aquelas bandas notou que não há lugar público (nem privado) que não tenha assinaladas as saídas de emergência e as instruções de como actuar em caso de fogo.
Há uns séculos ardeu tudo, (http://encyclopedia.thefreedictionary.com/Great+London+Fire) perderam-se haveres e vidas, mas aprendeu-se, e a lei e a prática, em sintonia, procuram que tal não volte a acontecer.

Pois é, tal qual como cá, onde as imagens desoladoras são comuns



Impressionantes



Ou mesmo ...rídiculas


Também li o artigo de J.G. Ferreira na sic-online, com que concordo, na generalidade.

Sou proprietária de uma área florestal extensa, plantada há 5 anos com um mosaico de folhosas (carvalho e castanheiro) e algumas resinosas. Cada Verão é uma angústia. Quando será a nossa vez?

Porque ninguém tenha dúvida que há um plano concertado, com objectivos claros e executado profissionalmente com meios poderosos. Este planeamento “profissional” é muito ajudado por vários factores “sociais”.
A maioria de quem detém o poder de decisão não tem a mínima noção, já para não dizer vivência, do que é o mundo rural. Cada um manda os “palpites” mais fantásticos.
Um dos mitos é a “limpeza” das florestas e da necessidade de os proprietários serem”obrigados” a efectuá-la.
Mas quem manda estes palpites saberá que a floresta não é um parque de merendas, que quando o declive é elevado a limpeza é inconveniente, que os povoamentos jovens precisam do sub-bosque para o seu desenvolvimento? E mesmo que não houvesse os senãos técnicos, como pode um proprietário florestal suportar os custos quando a floresta só dá rendimento, se não arder, …30 ou 40 anos depois de plantada? Existem (pelo menos no papel) programas de financiamento para limpezas, cuja candidatura implica um “Projecto” e “licenças morosas, em especial nas áreas Protegidas. Além do mais, o proprietário, terá que “avançar com a massa” para ser reembolsado sabe Deus quando. Isto mesmo que o povoamento tenha sido efectuado com apoios a Fundo Perdido de um dos diversos Programas existentes. É mesmo vontade de deitar dinheiro, não à rua, mas certamente nos bolsos de alguém. E fecha-se o círculo. A indústria do fogo agradece.
E porque não se pede também à Brisa e ao Instituto das Estradas que limpem bem as bermas das estradas? Sempre ajudava a que estas servissem de corta-fogo.
Limpar à volta das casas, tudo bem, mas a lenha para o Inverno terá de ser armazenada agora, no Verão. Nas serras o Inverno é longo e duro e a lenha não poderá estar a 50m de casa, isto admitindo que a casa tem terreno livre à volta com essa dimensão o que não é muitas vezes o caso.
Há um ditado velho, lá para a Serra onde cresci, que diz: o fogo na mata apaga-se com os pés ou não se apaga.
Saber que se espera pelos “helicópteros”, que se usa a água em “chuveiro” para tentar apagar o fogo e não como forma de protecção dos sapadores (os tais que usam a “sapa”, alguém sabe o que é?) e não ver nas imagens das “têvês” nem uma única máquina - tractores ou de rasto, que cubram o fogo com terra para lhe tirar o comburente, dá mesmo que pensar.

No artigo da sic-online há apenas um aspecto que acho discutível. Não vejo vantagem em repetir as mesmas imagens vezes sem conta. É um facto conhecido que o pirómano gosta de rever a “sua obra”, de preferência num palco de audição nacional. Outras imagens dão tudo menos uma ideia de eficiência no combate (provavelmente porque não a há) quando se vêem pessoas desorientadas e bombeiros em "correrias", que podendo ser fruto da melhor das dedicações e boa vontade, são tudo menos o que se precisa. Apenas demonstra que, em muitos casos, pelo o que as imagens revelam, haverá falta de concertação de esforços e de liderança o que não será o mais desejável num combate que requer estratégia, profissionalismo e disciplina pelo menos à altura do "inimigo" que nos ataca.